Monday 15 June 2009

Letras/Ficha Tecnica

DANÇA NA MATA
(Beto Paixão)

A lua é cheia
E o salão está vazio
O povo dança
Na sombra da castanheira
O Amazonas dá sinal que liberou
O amor é livre
E pode ser feito na areia

O boto vem
E vai dançar com a cabocla
Cintura fina
Cheirando a patchouli
Olhos azuis
E dizem que ela é morena
É uma pérola
Que brilha nesse rio

Santarém
Vou além
Dos teus encantos


Intérpretes: Beto Paixão/Nicolau Paixão/João Otaviano/
Everaldo Martins/Eduardo Serique/Samuel Lima/Emir Bemerguy Filho
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelbert Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Acordeom/Cordas/Violino/Cellos: Luiz Pardal
Violão: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



AMOR DE ÍNDIO
(Beto Paixão)

Se eu negar a cor de ser
Um índio bravo
Se tajá vier a ser
Também sou cravo

O que sei de cachoeira
Será um alívio
Num chocalho de imbaubeira
Farei você

Que não é chuva
Não é, não é
Não é a folha do mururé
Não é à sombra do açaizal
Serás o amor de um índio mau
Serás a pena do papagaio
Terás a pena que a gente tem
Serás assim uma indiazinha
Serás enfim, o meu querer bem.


Intérpretes: Nicolau Paixão/Emir Bemerguy Filho
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Piano Bells/Cordas: Luiz Pardal
Violão: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelberth Carneiro / Davi Amorim



DIRETAMENTE FALANDO / BOCA DE FORNO
(Beto Paixão)

Se fosse pra escolher
Escolheria você
Que é a cidade da foz
Dos rios que banham cabocla
Herdeira mais pura
Te dou minha voz

Tenho a certeza que só
Como dizia a vovó
Encantos de Alter do Chão
Coqueiros do Curuai
Formam imagem segura
Que nem são as águas
Do Rio Tapajós

Belas praias que posso curtir
Pajussara e Aramanaí
Canto da ave marreca
Te amo assim
Canto o herói dessa terra
Que é o boto tucuxi
Onde anda você
Que não soube escolher
Onde anda você


Se tua linda boca pedir pra mim
Irei correndo e tudo o que tu quiseres
Digo que sim
Se fosse pra dizer diria amor
Se fosse para correr aos teus braços
Eu correria sim

Pulei corda e na roda tirei um verso
Pra exaltar tua voz sei que estou certo
De ir correndo buscar o que tu quiseres
Na boca de forno, forno
Onde mandar correndo irei

Vai, vai, vai buscar o Rio Amazonas aqui pra perto
Vê se traz o violão que isso tá deserto
Tem lenha, faz a fogueira que hoje tem festa
E a noite inteira a dentro vamos amar, que amar é bom

Beijar que beijar é bom
Amar que amar é bom.

Intérpretes: João Otaviano/Everaldo Martins
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Cordas: Luiz Pardal
Violão/ Guitarra: Davi Amorim
Sax Tenor: Esdras de Souza
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelberth Carneiro/ Luiz Pardal/Esdras de Souza



CANCIONATA
(José Wilson Malheiros-Otacílio Amara)

Esse rio
É uma ida sem volta
Se espalha e se solta
Me deixa na beira
Água cheia de fatalidade
Navegar mesmo contra a vontade
Queira Deus ou não queira
E nas águas vou eu
Liquefeito a correr
Que não há outro jeito (bis)

Na terra do verde bravio
O azul sinuoso passeia
É a mansa corrente de um rio
Que eu trago correndo nas veias
Caminho de ondas serenas
Teu canto profundo nativo
Eu sei que tu és apenas
Rio Tapajós meu motivo

Ah! Se a vida fosse um rio
E eu uma pequena canoa
Deixava que as águas seguissem
Sair navegando à toa

Intérpretes: Otacílio Amaral/Emir Bemerguy Filho.
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Bandolim/Violino/Cellos: Luiz Pardal
Flauta: Esdras de Souza
Violão aço: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Arranjos: Adelberth Carneiro/Luiz Pardal/ Esdras de Souza



A GÊNESE DA PÉROLA
(Beto Paixão-Samuel Lima-Antonio Álvaro))

Tribo, tambor, maracá
Muiraquitã sorte a dar
Barro enseada, esculpindo o pensar
Nurandalú a cuidar
Do ritual Tupaiu ao luar
Preces refletem o louvar
Na imensidão paraná

Erê, Erê
Curicatu
Festa no céu Tupaiu
Sebastião beija flor
Deus do amor
Linda Potira encantou
Do sangue luso
Mesclado ao Tupi
Do amor nasceu Borari
Moaçara do Tapajós

Veio de rio
Barco a singrar
Nessa missão
De aqui ensinar
Foi dominado o lugar
Tribo, tambor, maracá


Intérpretes: Samuel Lima/ Beto Paixão
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano/Pad: Jacinto Kahwage
Violão: Davi Amorim
Flauta: Esdras de Souza
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelberth Carneiro/Davi Amorim



MACAMBIRA / SAUDADE DO MAICÁ
(Beto Paixão)

Meu passeio é botão de flor
Essa flor que navega no ar
Cheira bom que é tão bom se viver
Nas quebradas que o vento me dá

Eu já voei pelos montes da aldeia
Pelas ruas eu só quero andar
Andorinhas na torre da igreja
Gaivotas no rio a bailar

Ponta de areia, praia de rio
Voa no vento desse navio
Vai Macambira, segue pra lá
Lá onde o vento quer te levar


Uma casa lá na selva
Bem perto da serra
Uma casa velha
Um lar pra amar
Uma carteira e um cigarro de palha
E navalha, um canto canalha
Pra escutar
O que ver em noite cheia
De estrela na veia
Ter o que mirar
Na teia do lago
Um gado não magro
Cavalos e ovelhas
Nos campos a pastar

Ai, que saudade do Maicá
Ai, que vontade de lá voltar

Peixe assado na brasa
Pimenta amassada
Nas terras amadas de tanto plantar
Não incomodar a caçada
De um índio que vaga
Ver lebre correndo na relva a pular
Não ver o que é males
De homem que mata o verde da mata
Polui o ar
Amanhecer com as aves
Na sonoridade de um canto fagueiro
E o sol a clarear


Intérpretes: Everaldo Martins/Beto Paixão.
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano/Pad: Jacinto Kahwage
Violão/Guitarra: Davi Amorim
Sax Soprano: Esdras de Souza
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal/Esdras de Souza



ZEZINHO VAI
(Zé Azevedo)

Brincando de manhã quando criança era tão legal
Pular no carro de boi do seu Lulu não fazia mal
Os jogos de patela e de botão, pião eram divertidos
No ar meu papagaio rabeava
Mas a linha tinha vidro
Depois da reunião de sacristão tinha o bate bola
E na minha escola São Raimundo conheci o mundo

Vai, Zezinho vai
Vai, vai aprender
Que esse mundo é grande
Tens que conhecer
Tens que aprender

Descia o Veterano na carreira lá pra beira ao por do sol
Nadava e mergulhava e apostava
Na luta do homem rã
Pulando é que passava o Jaraquí e a gente tava ali
No ritual da pesca de cardume estava o boto tucuxi
Charutinho, Caratinga e Mandií na piracaia
É noite de luar
O tempo é uma festa que desova
Nos ovos de tracajá

Domingo era o torneio do campo do seu Guilherme
Estrela Dalva, Canarinho, Palmeiras, Rio Negro e Guarany
Só no final do jogo é que o Valter me colocava
Levanta do banco entra Zé, sai Zé, termina o jogo
Da Coroa de Areia, o Trapiche, Vera Paz e Salvação
Curro Velho, Laguinho e Mapirí, acabou o chão
De balador vou pra Sudam
Bam, Bam, Bam, Bambolê
Tens que conhecer Bambolê
Tens que aprender


intérpretes: Zé Azevedo/Eduardo Serique
Piano: Jacinto Kahwage
Violino: Luiz Pardal
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



LAMENTO AMAZÔNICO
(Beto Paixão)

Por que é que boto vira gente
Enganando cabocla ele mente
E na mata o índio que mata
Mata o homem que quer lhe comer
Me arresponde guariba da noite
Por que vives na selva a gemer

Ai, Ai, Ai, selvas, rios, sadismos, massacres
Do Pará, Amazonas ao Acre
A hiléia, três donos, pra que?
Ai, Ai, Ai, as fazendas de donos banqueiros
Violão, tambaqui, travesseiro
É a vida do homem de cá

Essa selva de luar em prata
Tem Jaci, tem montanha, Ererê
Febre e dor têm enchente que mata
Peixe-boi, tem saci pererê
Na folhagem dá pulga e traças
Pirilampos, cigarras e sapos

Ai, Ai, Ai, Selvas, rios, sadismos, massacres
Do Pará, Amazonas ao Acre
A hiléia, três donos, pra que?
Ai, Ai, Ai, As fazendas de donos banqueiros
Violão, tambaqui, travesseiro
É a vida do homem de cá.



Intérpretes: Beto Paixão/Nicolau Paixão
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Acordeom/Cordas: Luiz Pardal
Violão aço/ Guitarra: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



CALUNDUM DA M’BÓIA
(Maria Lídia)

No meio do lago,
no meio do lago,
do Lago Juá
mora uma cobra grande
conhecida por M’bóia
serviçal de Perudá

Se falarem da moça,
do rapaz e do vigário
do cantor, do empresário,
do doutor e do prefeito
é só levar pra Mbóia
que M’bóia dá um jeito

Pajé lunático
aquático tribunal

que devora réu que é mau,
que ao bom réu, só faz o bem

Quero ver se existe alguém
quero ver se existe alguém
com medo da cobra grande
do Juá, em Santarém.


Intérpretes: Maria Lídia / João Otaviano
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano/Pad: Jacinto Kahwage
Violino Zetta: Luiz Pardal
Violão/Banjo: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Maria Lídia/Luiz Pardal



MATAMATÁ
(Otacílio Amaral)

Não dá pra esquecer
Esse rio cristalino
E esses sonhos de menino
Que eu guardei
Não dá pra entender
Todas essas mãos
Todas essas máquinas
Rasgando tua terra
Partindo teu coração de mata
Mata, mata

Refrão: Mata peixe, mata gente
Mata bicho, mata a mata (bis)
Matamatá (pra finalizar)

Meu Deus
Quanta tristeza
Que a gente nem acredita
Que isso é coisa de homens
Quero plantar, rememorar
Um benjamim que eu vi um dia
Quero andar por essa rua
Que um dia já foi praia
Essa ilusão que vai
Muito além da água
Lavando a alma
Sem pensar na salvação

Quero peixe, quero gente
Quero bicho, quero tudo (bis)


Intérpretes: Samuel Lima/ Otacílio Amaral
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Cordas/Violino/Cellos: Luiz Pardal
Violão/Guitarra: Davi Amorim
Sax Tenor/Soprano: Esdras de Souza
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



O NAVEGANTE
(Otacílio Amaral – Erasmo Maia – Rui Penna))

Um navio no porto
Olho esse mar
E o meu olhar é um navio
Navego sem parar

Na rua do pôr-do-sol
Eu quero ter um lar
Choro de tristeza
E um torpor me invade
A preguiça desta terra
Enterra a âncora
E finca o meu penar
Parado olhando o mar

O meu destino americano
É uma canção
Eu canto até chorar
E sinto pena de tudo que há
Em volta deste mar

Quem sabe um dia
Eu desenterre o morto
O lusitano avô
E saia deste porto
Pra nunca mais voltar


Intérpretes: Everaldo Martins / Eduardo Serique.
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Cordas/Violino/Cellos: Luiz Pardal
Flauta: Esdras de Souza
Bandolim: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/ Kleber Benigno (Trio Manari)
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



AMAZÔNIA
(Beto Paixão)

Este nome é mata, é selva
Esta selva é lenda, é rio
Este rio que corta ao meio
É fita desse Brasil

É Amazônia, Amazônia...

Terra de beleza, fauna
Pororoca é natural
Jamanxim é rio de tribo
O minério, bamburral
Guamá, Tapajós e Solimões
Em meio à flora é Manaus
Tem pirâmide de índio guerreiro
E o toc-toc pica-pau

É Amazônia, Amazônia...

Quando da secura, a várzea
É paraíso de animais
Dá canário, camaleão
E à noite voa o bacurau
No Xingu a tribo se entregou
A morra do artificial
Pois em devaneio colocou
E tirou-lhe todo o natural

É Amazônia, Amazônia...


Intérpretes: Emir Bemerguy Filho/Nicolau Paixão
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano: Jacinto Kahwage
Cordas/violino/Cellos: Luiz Pardal
Sax Soprano/Flauta: Esdras de Souza
Violão/Banjo/Guitarra: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Luiz Pardal



CANTIGA ENTRE IRREVERENTE E AMIGA A SANTARÉM DO TAPAJÓS
(Otacílio Amaral)

Sei que vou cantar, re-encantar em Santarém
Te quero bem, meu muito bem
Meu Santarém do Tapajós e do Amazonas também
Te amo muito Pérola rara
Mas estão jogando luxo, lixo
No leito límpido dos teus lençóis
Estão jogando bombas, redes, detritos e anzóis
Meu Tapajós, o que será enfim de nós?
Do teu céu azul?, Do teu pôr-de-sol? (Bis)

Mas o que eu quero mesmo é poder continuar
É assistir por assistir, agarradinho
Um bang-bang, um kung-fu, uma chanchadinha
No Cinema Olímpia

Meu Tapajós, não quero ver o que vão fazer de ti
Do teu Irurá, do teu Mapirí
Do teu vento doce, do teu açaí
Da tua morena mulher
Do teu povo aflito, e do nosso chibé
Mas o que eu quero mesmo é poder continuar
É te olhar, é te sentir, é te cruzar

Meu Tapajós, não quero ser
Mas sou saudoso em te lembrar
Se construindo ao deus-dará
Sem essa pressa de chegar
Deixando o seu Marçal pescar
Sabendo que a vida, que a morte é certa
E que é isso que se vai buscar
Deixar que você seja a flor da natureza
“Pérola do Tapajós”
Casa limpa e bela de todos nós


Intérpretes: João Otaviano / Emir Bemerguy Filho
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano/Pad: Jacinto Kahwage
Acordeom: Luiz Pardal
Violão: Davi Amorim
Flauta: Esdras de Souza
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Adelbert Carneiro/Davi Amorim


ELEGIA ECOLÓGICA
(Antonio Álvaro)


Estão matando a terra
E os seres desta terra
Peixes dizimados, aves derradeiras
Não há paz pra natureza

As rochas escarpadas
As flores perfumadas
São nossas irmãs, somos irmãos
Partes da terra
Ninguém é senhor dela

O pássaro... se joga no cálculo
Que assoma o peso do seu galho
O sábio... capta o movimento distraído
Da espessura do galho, poleiro e ninho

Ó minha mãe
Alma verde pé no chão (bis)

Alguém cortou o galho
Lá se foram os filhos do pássaro
Pelo chão


Intérpretes: Everaldo Martins/Antonio Álvaro
Piano: Jacinto Kahwage
Cordas/violino/Cellos: Luiz Pardal
Flauta: Esdras de Souza
Violão: Davi Amorim
Efeitos: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)
Arranjos: Luiz Pardal



FOGO DO SAIRÉ
(Maria Lídia – Doka Fernandes)

Em setembro, todo ano
há um festival profano
na vila de Alter-do-Chão
onde tupaiús, turistas
Mocorongos, anarquistas
formam uma só nação
Deus Tupã se manifesta
e abençoa a grande festa
desse povo em comunhão
coração é alegria
quero dança e cantoria
toca, toca, Espanta Cão

Com a rima na ponta da língua,
com a dança na ponta do pé,
vou por terra, ar e água
para o fogo do Sairé.

Palavra de ordem, brincar noite e dia
quem fica parado estraga a folia
rapaz que requebra demais quando dança
atraca de popa, não poupa a poupança

Quem vai pro escuro caçar gafanhoto
ou pisa na cobra ou topa com o boto
perigo é namoro na beira da praia
tem caco de vidro, piranha e arraia

Cigarro que fede a palha queimada
Papai não suporta e mete a porrada
Cabra cachaceiro, vê se não fulera
na próxima esquina, a polícia te espera

Aqui, catraieiro, te dou um trocado
me leva depressa lá pro outro lado
ó, Dona Maria, acabe essa broca
e sirva um peixinho na sua maloca.


Intérpretes: Maria Lídia / Everaldo Martins
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Baixo: Adelberth Carneiro
Piano/Pad: Jacinto Kahwage
Sax Soprano: Esdras de Souza
Violão/Banjo: Davi Amorim
Percussão: Márcio Jardim/Nazaco Gomes/
Kleber Benigno (Trio Manari)

Vocal: Suzane & Simone
Arranjos: Maria Lídia

2 comments:

  1. Poderiam alimentar o site com as músicas cifradas! Sou apaixonada por música regional e estou aprendendo a tocar.

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  2. Alguém poderia me informar quem é que canta um pout-pourri com essa música Pontos, linhas e lendas. Tudo é tão maravilhoso: a melodia, a letra, a poesia. Fiquei encantada. O link é este https://www.youtube.com/watch?v=hH5N2Fw2pDc

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