Saturday 28 August 2010

Salão Internacional de Humor da Amazonia


A Mostra do 1º e 2º Salão Internacional de Humor da Amazônia traz a Santarém o trabalho de vários cartunistas participantes das duas primeiras edições do evento e a homenagem aos caricaturistas Camillo Vianna e Vicente Salles.

A programação inicia na quinta-feira (19) às 19h, com o coquetel de lançamento. E segue até o dia 27 no terminal turístico da orla, na avenida Tapajós.

Durante a Mostra, os trabalhos ficarão divididos em 5 salões no terminal. No Salão Ecologia, o público poderá conferir os 50 cartuns selecionados na 1ª e 2ª edições realizadas em Belém; no Salão Comunicação ficarão expostos 15 cartuns escolhidos na 1ª edição, e no Salão Chuva, 15 cartuns da 2ª edição.

Já nos Salões Homenagem Camillo Vianna e Vicente Salles vão estar em exposição 20 caricaturas, 10 de cada artista.

Paralelo à exposição, nos dias 23, 24 e 25, das 09h às 11h, o cartunista profissional Biratan Porto vai ministrar a oficina de Desenho de Humor nas dependências do Serviço Social do Comércio (SESC).

Biratan é natural de Belém e já conquistou vários prêmios no Brasil e no exterior.

Nos dias 22 e 27, a programação é especial, com caricatura ao vivo, do público que prestigiar a exposição. A visitação poderá ser feita das 15h às 21h a partir de sexta-feira (20).

As escolas e universidades podem agendar a visita pelo telefone (93) 3063-5545. Toda a programação da Mostra será gratuita.

A realização é da Central de Produção, sob coordenação de Biratan Porto e produção de Márcia Macêdo, com patrocínio da Oi e apoio cultural do Instituto Oi Futuro.

Em Santarém, recebe o apoio institucional da Prefeitura de Santarém, através das secretarias de Turismo e Cultura, do Serviço Social do Comércio (SESC), das Faculdades Integradas do Tapajós (FIT) e da Massabor.

O evento conta com recursos incentivados pelas leis Semear (estadual) e Tó Teixeira (do município de Belém).

Nos bares da vida

Sunday 25 April 2010

TAMARA SARÉ

Lila Bemerguy


Maria Joana e Maria Djanira esperavam. Era sagrado. Todas as tardes, quando a casa se dividia em pedaços de luz e sombra, lá estavam elas. A mãe já nem ligava. Deixava. Também, sendo ela mulher, já havia esperado. Passavam horas olhando. As árvores, os pássaros, o rio, os barcos. Tonica, a mais novinha, também sonhava com o dia dela. O pai não gostava muito. Mas aceitava o inevitável. E enquanto esperavam, combinavam. Tramavam. Riam. Sonhavam. Até que avistavam longe, o barquinho. O barulho crescendo, até encostar. E lá estavam, João Anísio e Felisberto, os noivos.

Sunday 7 March 2010

gig


Saturday 27 February 2010

POr Paulo Paixao

Num domingo (17 de janeiro), mais uma vez, nós, amigos santarenos, nos reunimos na chácara do meu irmão Nicolau Paixão – um recanto onde não só o canto dos pássaros se faz ouvir como também o canto de músicos e poetas paraenses é divinamente saboreado, localizada num condomínio ecológico aos arredores da cidade de Santa Izabel (a um passo de Belém).

Pois bem, neste referido domingo tivemos a grata satisfação de contar com a ilustre presença da professora e declamadora de poesia, a santarena Sandra Paixão, nossa irmã única.

Tornou-se um fim-de-semana daqueles divertidíssimos, quando nos sentimos felizes, como se estivéramos em um autêntico sarau tapajoara (se não fosse o fato de estarmos em plena luz do dia). Sandra, obviamente, declamou poesias acompanhada pelos belos acordes de violão executados pelo mestre Nicolau Paixão… Nem precisava dizer…, mas, também, rolou cantorias, cerveja, peixada (o limão e a pimenta malagueta apanhávamos direto das plantas, bem ao lado do pátio) , piadas, etc.

Sandra nos relembrou tantos casos vividos em Santarém do passado, principalmente, os relacionados a músicos, personagens folclóricas da vida santarena e outros. Foi, então, que ela recordou dos bons tempos do grupo musical paraense “Canto de Várzea”. Ah, o canto de várzea…

Perguntei-lhe:
- Mana, como surgiu a denominação? – respondeu, franzindo os sobrolhos:

- Foi numa cervejada regada a violão e cantoria (como sempre) na casa do Sabá.

- Quem participou?

- O Beto, o Nicolau, o Jefferson Rocha. São os que, no momento, recordo. A denominação partiu de um sorteio. Cada participante escrevia um nome num papel. Venceu o escolhido pelo grupo, que foi “Canto de Várzea”.

Atalhei:
- Nome sugestivo, pois, arremete a um viés bem característico da nossa região, além de que sugere um estilo próprio, genuinamente amazônida.

Continuamos nossa alegre conversa enchendo a mana de perguntas:

- Onde se deu a primeira apresentação e como fora composto o grupo?

- Aconteceu na sede do São Francisco, no início da década de oitenta (80). O grupo se apresentou com marreta na bateria, Malá no baixo, Jefferson no violão (solo), Nicolau no violão (base), Edson no teclado e Beto Paixão (voz), Sandra Paixão (voz), Emirzinho (voz) e Mariano (voz). Nesse início as composições eram de autoria do Nilson, Beto e Everaldinho.

Prosseguiu a Sandra, após uns segundos de reflexão:

- Mas para que isso acontecesse tivemos que vencer inúmeros obstáculos. Instrumentos? Conseguimos com o Marreta. Recebemos apoio logístico da Funerária São João, do tio Bianor Carneiro, e do amigo Nelson Pantoja, Rolinha, Frota e a saudosa Enilda (Lima). Outros foram e são incansáveis por sua colaboração, incentivo, admiração, como o nosso amigo Rolinha, o parceiro Floriano, o Jefferson Brasil (cantor), Edite Branco, o Nilson…

Bem, como todos sabemos, a partir de então, o grupo fincou suas raízes, amadureceu, deu seus frutos e fez história. A Sandra ainda acrescentou, (o que foi confirmado pelo Nicolau) que o grupo fundador (a bem dizer) tinha um fã-clube fiel e bastante colaborador. É bom citá-lo: Mauro Nascimento, Juarez “testa de bode”, a grande Socorro Bendelack, Baiana (Eliene) e sua irmã Baianinha (Eunice), Dona Grácil e outros tantos…

A casa de campo do Nicolau é bastante simples, como simples é sua pessoa, porém, um exemplo de edificação que prima pela harmonia com a natureza, rica em detalhes artísticos e de sugestiva decoração. É o estilo desejável de casa poética em que os visitantes se sentem na Pérola do Tapajós, em amplo sentido.

O prazer se redobra quando recebemos visitantes da terrinha, pois nossos conterrâneos, sem exceção, além de serem pessoas humildes e inteligentes, normalmente, podem ser poetas, músicos, escritores, humoristas, pintores, enfim, artistas que amam e idolatram com razão a terra de sonhos e de beleza e podem nos transportar, num repente, para o mundo encantado da fascinação, matando-nos a saudade e nos presenteando com um fim-de-semana diferente, prazenteiro e inesquecível!

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* Santareno, é poeta e escritor santareno.