Sunday, 25 April 2010
Lila Bemerguy
Maria Joana e Maria Djanira esperavam. Era sagrado. Todas as tardes, quando a casa se dividia em pedaços de luz e sombra, lá estavam elas. A mãe já nem ligava. Deixava. Também, sendo ela mulher, já havia esperado. Passavam horas olhando. As árvores, os pássaros, o rio, os barcos. Tonica, a mais novinha, também sonhava com o dia dela. O pai não gostava muito. Mas aceitava o inevitável. E enquanto esperavam, combinavam. Tramavam. Riam. Sonhavam. Até que avistavam longe, o barquinho. O barulho crescendo, até encostar. E lá estavam, João Anísio e Felisberto, os noivos.
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